segunda-feira, 6 de outubro de 2008

AÇÃO PELA LIBERDADE SOCIAL DO CORPO

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No dia 22 de setembro, o dia mundial sem carro, ocorreu a ação OXX pela liberdade social do corpo. A intervenção estava ligada ao evento ARTE, MOBILIDADE E BICICLETA, e programada para ter como contexto a bicicletada, já tradicional na cidade, que nos pareceu bastante propício para este tipo de intervenção. A performance consistia em percorrer determinado trecho da bicicletada pedalando desprovidos de qualquer roupa. Quaisquer significações que forem atribuídas a esta ação estarão relacionadas ao juízo estético de quem a elas se refere, uma vez ser impossível delimitar as interpretações possíveis em uma performance. Nosso ato foi questionado enquanto arte e até mesmo suprimido a ponto de ser negado em mídia aberta, o que atribuímos a uma falta de abrangência daquilo que pode ou não pode ser arte, ou um recorte conceitual mais restrito. Nosso segundo manifesto que ocorreu no dia 25 de setembro, em praça pública, pretendeu questionar exatamente isso, e não outra coisa. É preciso que se diga que arte, ética e política mantém íntima relação, e portanto os desdobramentos das ações tomaram e tomarão rumos diversos tais quais são as pessoas que as acessam, o que nos parece bom. Acreditamos na diversidade de pensamento e expressão. Quanto à causa da bicicletada, que nos parece justa, somos de concordância fervorosa. Nas duas oportunidades em que nos despimos outras pessoas aderiram ao ato. Em duas ocasiões posteriores pessoas ficaram nuas como atividade artística, nos dias que se seguiram: no largo da ordem, na Universidade Federal do Paraná. O simples ato de tirar a roupa em público nos parece cada vez mais uma maneira de despertar questionamentos estéticos e políticos em nosso tempo, anseios estes presentes em nossa discussão. Se isso é ou não é arte, pouco importa; ironicamente isso fica a critério das instituições. Lutaremos pela liberdade de nosso espaço social, que é também nosso espaço estético, sem medos e sem restrições inadequadas.