terça-feira, 2 de dezembro de 2008

CARNAVAL: O ESVAZIAMENTO RITUAL DO SIGNO



Yara Barros e Renata Silveira em CARNAVAL

Foto de Maria Josefina Rosso

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Na abertura da 1ª Mostra DeArtes UFPR, dia 19 de novembro, foi apresentada a performance OXX denominada CARNAVAL. Esta ação discutiu questões como a espetacularização do corpo contemporâneo, a sobreposição aleatória de ações, o acaso, o caos, o ritualinsmo ontológico e a não dissociação sujeito objeto. A grande quantidade de ações e signos visuais utilizados, aliada ao ambiente construído para a performance e à utilização de video e música criaram um espaço caótico e instável, propondo ao público uma leitura sensorial para além de análises de ordem racional. CARNAVAL foi uma marcha do ser em direção à sua ontologia. De maneira ampla, esta performance ritual fala do fim dos tempos e do niilismo narcísico contemporâneo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

AÇÃO PELA LIBERDADE SOCIAL DO CORPO

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No dia 22 de setembro, o dia mundial sem carro, ocorreu a ação OXX pela liberdade social do corpo. A intervenção estava ligada ao evento ARTE, MOBILIDADE E BICICLETA, e programada para ter como contexto a bicicletada, já tradicional na cidade, que nos pareceu bastante propício para este tipo de intervenção. A performance consistia em percorrer determinado trecho da bicicletada pedalando desprovidos de qualquer roupa. Quaisquer significações que forem atribuídas a esta ação estarão relacionadas ao juízo estético de quem a elas se refere, uma vez ser impossível delimitar as interpretações possíveis em uma performance. Nosso ato foi questionado enquanto arte e até mesmo suprimido a ponto de ser negado em mídia aberta, o que atribuímos a uma falta de abrangência daquilo que pode ou não pode ser arte, ou um recorte conceitual mais restrito. Nosso segundo manifesto que ocorreu no dia 25 de setembro, em praça pública, pretendeu questionar exatamente isso, e não outra coisa. É preciso que se diga que arte, ética e política mantém íntima relação, e portanto os desdobramentos das ações tomaram e tomarão rumos diversos tais quais são as pessoas que as acessam, o que nos parece bom. Acreditamos na diversidade de pensamento e expressão. Quanto à causa da bicicletada, que nos parece justa, somos de concordância fervorosa. Nas duas oportunidades em que nos despimos outras pessoas aderiram ao ato. Em duas ocasiões posteriores pessoas ficaram nuas como atividade artística, nos dias que se seguiram: no largo da ordem, na Universidade Federal do Paraná. O simples ato de tirar a roupa em público nos parece cada vez mais uma maneira de despertar questionamentos estéticos e políticos em nosso tempo, anseios estes presentes em nossa discussão. Se isso é ou não é arte, pouco importa; ironicamente isso fica a critério das instituições. Lutaremos pela liberdade de nosso espaço social, que é também nosso espaço estético, sem medos e sem restrições inadequadas.





terça-feira, 23 de setembro de 2008

MANIFESTO OXX : OUTRO ESPAÇO EM CURITIBA

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[photos by Lineu Filho]



Ontem foi dia 22 de setembro, dia mundial sem carro. Seria um dia como outro qualquer, cheio de motores fumegantes, não fosse pela iniciativa do ARTE, BICICLETA E MOBILIDADE, que organizou a "Marcha das mil bikes" mobilizando grande número de pessoas e transformando o espaço urbano em sítio de manifestações e de livre expressão.
Escolhemos participar do evento organizado pelo INTERLUX sem levantar uma bandeira institucional, mas como pessoas que lutam por um espaço urbano diferenciado, onde a liberdade de expressão seja a única lei. Essa é a nossa causa, pois entendemos que nossa arte não poderá ser desenvolvida numa cidade amarrada por valores de séculos passados.
Nosso nú foi associado a diversas causas, e acreditamos em todas elas, porque acreditamos em algo diferente que ainda esta por vir. Várias pessoas se manifestaram da mesma forma em São Paulo, Madrid, Varsóvia, Barcelona. Esperamos que Curitiba um dia possa ser vista com um espaço urbano avançado, onde possamos existir de forma mais plena.
A todos e todas que apenas conseguiram enxergar nossas bundas ou pintos, fica o recado: somos belos sim, porque somos livres.

Salve a arte, salvem as bicicletas e salve a mobilidade em Curitiba!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

HO: o mago brasileiro da anti-arte

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Hélio Oiticica foi um dos mais criativos artistas plásticos brasileiros. A síntese de sua obra são seus belos "Parangolés" (1964): capas, estandartes ou bandeiras coloridas de algodão ou náilon com poemas em tinta sobre o tecido a serem vestidas ou carregadas pelo ator/espectador, que passa a perceber seu corpo transformado em dança. Quase uma poesia, pois a obra de arte só se revela quando alguém a manuseia, a movimenta. Como bem definiu o poeta Haroldo de Campos, o "Parangolé" é uma "asa-delta para o êxtase". Carioca anarquista, Oiticica transitou entre os morros do Rio de Janeiro e os Estados Unidos, onde morou de 1948 a 1950, época em que se mudou com a família, e a partir de 1970, quando foi para Nova York. Aluno de Ivan Serpa, iniciou sua trajetória artística ligado às experiências concretas e neoconcretas. Das pinturas em guache sobre cartão, saturadas de cor e sem perspectivas, rompeu com o conceito tradicional de quadro e elaborou os "Monocromáticos" ou "Invenções" (1958-1959): placas de madeira que recebem várias camadas de tintas e dispostas na parede aleatoriamente. Cada vez mais desejoso de integrar a arte à experiência cotidiana, passou a propor a participação do espectador pela vivência visual, em obras como os "Bilaterais" e os "Relevos Espaciais" (1959): placas de madeira pintadas e suspensas por fios presos no teto; e os "Núcleos" (1960-1963): placas de madeira pintadas em sua dupla face e penduradas no teto por um suporte de madeira. Os primeiros parangolés são construções em madeira a serem penetradas pelo espectador, que caminha sobre areia, toca em objetos, escuta ruídos etc. Os segundos, recipientes de diversos materiais, como madeira, vidro, lata e plástico, contêm elementos como areia, pedra e carvão colorido, que devem ser manipulados. Certa vez, escreveu: "A obra nasce de apenas um toque na matéria. Quero que a matéria de que é feita minha obra permaneça tal como é; o que a transforma em expressão é nada mais que um sopro: um sopro interior, de plenitude cósmica. Fora disso não há obra. Basta um toque, nada mais".
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terça-feira, 29 de julho de 2008

CRIAÇÃO, CRÍTICA E CURADORIA

UMA PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ARTE CONTEMPORÂNEA.

sábado, 14 de junho de 2008

AZUL # 1: ACIONAMENTO DE ESPAÇOS VISUAIS





O azul é a cor do céu, do longínquo, da nostalgia. Tranqüilizante e excitante ao mesmo tempo. Nas palavras de Goethe, “esta cor tem sobre o olhar um efeito estranho, quase indizível. Ela é energia feita cor...”. O AZUL # 1 é uma proposta de acionamento dos espaços visuais da cidade utilizando-se da poética cromática do azul e da efemeridade da performance art. Partindo do pensamento de marca como processo gráfico, a intervenção pretende desenhar um “traço performático azul” sobre o relevo da cidade-suporte. O gesto gráfico análogo ao trajeto da performance é representado sobre o mapa cartográfico da região acionada, o que caracteriza o elemento estável da performance, junto das fotos tiradas pelos dois fotógrafos que acompanham a ação. A obra de arte é aqui pensada como um sistema rizomático, onde a alteração da percepção dos espaços da cidade através da inserção de um elemento estranho ao seu contexto dispara uma nova cadeia gestaltica de significados acerca desses espaços para a audiência provável. A junção de práxis e poiesis, o lúdico, o acaso e a junção arte e vida, bem como a ampliação das sensibilidades cotidianas são alguns dos princípios que regem o pensamento do grupo OXX, que em AZUL # 1 inicia suas discussões acerca das relações entre corpo, cidade e percepção.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

TERMINAL GUADALUPE (10/06/2008) E LARGO DA ORDEM (07/06/2008)

Para as ações TERMINAL GUADALUPE, DEARTES UFPR E MACUMBA AS FOTOS FORAM TIRADAS POR ELISA NADAL, ARTISTA PLÁSTICA E JORNALISTA. EM BREVE NOVAS IMAGENS DISPONÍVEIS.




photo by Elisa Nadal


photo by Elisa Nadal


photo by Elisa Nadal


photo by Elisa Nadal


photo by Angelo Cruz


photo by Angelo Cruz


photo by Elisa Nadal


photo by Elisa Nadal


photo by Elisa Nadal


photo by Angelo Cruz